Presidente da Abras discute avanços e desafios do setor de supermercados

Supermercado

O Futuro do Consumo: Abras Detalha Avanços e Parcerias com o Governo para 2026

Em um cenário de constantes transformações econômicas e sociais, o setor supermercadista brasileiro se posiciona como um pilar essencial para o abastecimento e a economia do país. Recentemente, a capital paraibana, João Pessoa, foi palco de importantes discussões que moldam o futuro do varejo de alimentos no Brasil. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, esteve na cidade e concedeu entrevistas que revelaram as perspectivas e os avanços significativos alcançados em diálogo com o governo federal, especialmente em relação a pautas cruciais para o consumidor e o setor produtivo.

As conversas com ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) têm se concentrado em temas que buscam desonerar a cadeia de consumo, incentivar a formalização do trabalho e modernizar a legislação. O objetivo é claro: garantir um ambiente mais justo para empresas e, consequentemente, preços mais acessíveis para os consumidores, além de promover maior inclusão social e acesso a serviços.

O Desafio das Taxas Abusivas nos Vouchers de Alimentação

Um dos pontos mais sensíveis e amplamente debatidos pela Abras é a questão das taxas cobradas pelas empresas operadoras dos vouchers de alimentação e refeição. Galassi não hesitou em classificar essas taxas como abusivas, sublinhando o impacto negativo que elas geram para toda a cadeia. Para o setor supermercadista, essas cobranças representam um custo adicional que, invariavelmente, é repassado para o preço final dos produtos nas gôndolas, contribuindo diretamente para o aumento da inflação e corroendo o poder de compra do consumidor.

O presidente da Abras explicou que essas taxas, muitas vezes elevadas, afetam a margem de lucro dos supermercados e distorcem a finalidade original dos benefícios, que é facilitar o acesso à alimentação e nutrição. A discussão com o governo federal busca encontrar mecanismos regulatórios que possam limitar essas cobranças ou estimular a concorrência entre as operadoras, visando uma redução que beneficie tanto o varejista quanto o consumidor final. A expectativa é que, com a intervenção governamental, seja possível estabelecer um teto para essas taxas ou fomentar a criação de alternativas mais competitivas, aliviando o custo dos alimentos essenciais para milhões de brasileiros.

Incentivo à Formalização do Emprego e o Papel do Supermercado

Outra conquista significativa destacada por João Galassi diz respeito à política de incentivo à formalização do emprego, especialmente entre os beneficiários do programa social Bolsa Família. Uma mudança substancial, fruto de intensas negociações entre a Abras e o governo, permite agora que famílias com renda mensal de até R$ 3.700, ao retornarem ao mercado de trabalho formal, não percam imediatamente o benefício social. Esta medida é vista como um divisor de águas na luta contra a informalidade e na promoção da ascensão social.

Tradicionalmente, um dos grandes entraves para que beneficiários de programas sociais aceitassem empregos formais era o receio de perder o auxílio, o que muitas vezes resultava em uma estagnação socioeconômica. Com a nova regra, essa barreira é mitigada, oferecendo uma ponte segura para a transição do trabalho informal para o formal. Galassi enfatizou que o setor supermercadista tem um papel crucial nesse processo, não apenas como um grande empregador, mas também como um centro de capacitação e desenvolvimento profissional.

“Nós conseguimos uma mudança significativa junto ao governo. Hoje, uma família que ganha até R$ 3.700, por exemplo, se voltar ao emprego, não perde o benefício. Estamos trabalhando para levar essa informação às pessoas, incentivando a migração do trabalho informal para o formal. O setor supermercadista é uma verdadeira escola, pois oferece capacitação completa para quem ingressa”, afirmou Galassi. Ele ressaltou que a vasta gama de funções dentro de um supermercado – desde operadores de caixa e repositores a gerentes de seção e logística – oferece um leque de oportunidades para o aprendizado de novas habilidades e o crescimento profissional. Essa “escola” forma cidadãos, ensina disciplina, atendimento ao cliente, organização e trabalho em equipe, preparando os colaboradores para futuras progressões em suas carreiras, seja dentro ou fora do setor.

Reforma Tributária e a Cesta Básica Nacional Sem Impostos

O avanço da reforma tributária é um tema que mobiliza diversos setores da economia, e o supermercadista não é exceção. Galassi expressou grande satisfação com a aprovação da proposta da Abras que institui a cesta básica nacional de alimentos sem impostos. Essa medida, já apreciada pelo Congresso, representa um marco significativo na busca por preços mais justos e acessíveis para os consumidores brasileiros.

A desoneração da cesta básica é uma demanda histórica da sociedade e do setor. A ideia é eliminar a incidência de impostos sobre uma lista essencial de produtos alimentícios, tornando-os mais baratos e, consequentemente, combatendo a fome e a insegurança alimentar. Para as famílias de baixa renda, em particular, essa redução de custos tem um impacto direto e profundo no orçamento doméstico, liberando recursos para outras necessidades básicas. Além disso, a iniciativa estimula o consumo de alimentos nutritivos e contribui para a melhoria da qualidade de vida da população. A Abras, com essa proposição, reforça seu compromisso não apenas com o desenvolvimento do setor, mas também com a responsabilidade social e o bem-estar dos consumidores.

Farmácias Completas Dentro dos Supermercados: Inovação e Conveniência

Uma das notícias mais aguardadas e celebradas por Galassi foi a aprovação do projeto que autoriza a instalação de farmácias completas dentro dos supermercados. Essa iniciativa, que contou com o apoio do governo Lula, representa uma revolução na experiência de compra e no acesso a produtos e serviços de saúde para milhões de brasileiros.

A permissão para operar farmácias completas dentro dos estabelecimentos supermercadistas significa que os consumidores poderão encontrar, em um único local, não apenas a vasta gama de alimentos, mas também suplementos, vitaminas e uma variedade de medicamentos, sejam eles de venda livre ou sujeitos a prescrição médica. Essa integração oferece uma conveniência sem precedentes, economizando tempo e facilitando a vida de quem precisa realizar diversas compras em um só deslocamento. Para o setor, essa expansão de serviços fortalece o papel dos supermercados como centros de abastecimento multifuncionais, indo além da oferta de alimentos para atuar também na promoção da saúde e bem-estar da comunidade.

“Essa iniciativa, apoiada pelo governo Lula, vai permitir que o consumidor encontre em um só lugar alimentos, suplementos, vitaminas e medicamentos, fortalecendo o papel do setor na promoção da saúde”, concluiu o presidente da Abras. A medida promete transformar a paisagem do varejo, tornando os supermercados locais ainda mais completos e indispensáveis para as famílias brasileiras, oferecendo uma experiência de compra mais eficiente e acessível.

Um Olhar para o Futuro: Setor Supermercadista em Evolução

As discussões e conquistas apresentadas por João Galassi em João Pessoa pintam um quadro otimista para o setor supermercadista e para o consumidor brasileiro em 2026. As parcerias estratégicas com o governo federal demonstram um alinhamento de interesses que busca desburocratizar, desonerar e modernizar a cadeia de valor. A redução das taxas de vouchers, o incentivo à formalização do emprego, a desoneração da cesta básica e a permissão para farmácias completas são exemplos concretos de como o diálogo entre o setor privado e o poder público pode gerar benefícios tangíveis para a população e impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.

O setor supermercadista, com sua capilaridade e capacidade de adaptação, continua a desempenhar um papel crucial na vida dos brasileiros, não apenas como fornecedor de bens essenciais, mas também como agente de transformação social e econômica. Com essas novas diretrizes e inovações, espera-se que os supermercados se consolidem cada vez mais como espaços completos, convenientes e acessíveis, prontos para atender às demandas de um futuro que se aproxima com a promessa de mais equidade e bem-estar.

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