Pedreiro Suspeito de Esfaquear Menina de 14 Anos na Serra é Preso

Pedreiro Suspeito de Esfaquear Menina de 14 Anos na Serra é Preso

Faca usada no crime foi apreendida. Foto: Divulgação/PCES

Pedreiro Preso Após Ataque Brutal a Adolescente de 14 Anos na Serra

Um crime de extrema violência chocou a comunidade do Bairro das Laranjeiras, na Grande Jacaraípe, na Serra, Espírito Santo. Um pedreiro de 48 anos foi detido no último sábado (25) sob a acusação de ter esfaqueado uma adolescente de apenas 14 anos de idade. A vítima, que teria sido atacada com mais de dez golpes de faca dentro da própria residência do agressor, encontra-se internada em estado grave, lutando pela vida no Hospital Jayme dos Santos Neves.

A prisão do suspeito, cuja identidade não foi revelada, ocorreu horas após o incidente. Ele foi localizado escondido na casa de um vizinho e, ao ser confrontado pela polícia, acabou confessando a autoria do ataque brutal. O caso ganhou repercussão imediata, gerando indignação e temor entre os moradores da região, que acompanham com apreensão o desdobramento das investigações e a recuperação da jovem.

A Brutalidade do Ataque e o Desespero das Vizinhas

Os detalhes do ocorrido revelam a crueldade do ato. Segundo depoimentos de testemunhas e informações preliminares da investigação, a adolescente teria recebido entre 10 e 12 facadas após uma discussão com o homem. A cena descrita por vizinhas que socorreram a vítima é de um horror indescritível, com a residência do agressor ensanguentada, um testemunho mudo da violência que ali se abateu.

Uma moradora da localidade, ainda em choque, relatou o desespero ao se deparar com a situação. “Ela ficou muito machucada, sangrando muito. A sala ficou tomada de sangue, quase desmaiei”, afirmou, expressando a profundidade do trauma testemunhado. O volume de sangue no ambiente é um indicativo da gravidade dos ferimentos e da intensidade da agressão sofrida pela jovem.

Outra vizinha, que encontrou a garota caída, narrou os momentos de agonia da vítima. “Estava deitada no chão, na sala, lá dentro, toda ensanguentada. Ela falava assim: ‘Liga para minha mãe, liga para a minha mãe’”. As palavras da adolescente, em meio à dor e ao pavor, revelam o desejo primal de conforto e segurança materna, um apelo que ecoa a vulnerabilidade de sua pouca idade diante de tamanha violência.

Os vizinhos, alertados pelos gritos e pelo burburinho, agiram rapidamente para prestar socorro e acionar as autoridades. A chegada das equipes de resgate e da polícia marcou o início de uma complexa investigação que busca esclarecer os motivos e as circunstâncias que levaram a este ataque violento. A mobilização da comunidade em torno do caso demonstra a solidariedade e a preocupação com a segurança de todos, especialmente dos mais jovens.

A Captura do Suspeito e a Ação Policial

A rápida ação das forças de segurança foi crucial para a detenção do pedreiro. A equipe de plantão do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, foi acionada e prontamente iniciou as diligências. Com base nas informações coletadas no local do crime e nos relatos de testemunhas, os policiais conseguiram localizar o suspeito.

Ele estava escondido na residência de um vizinho, uma tentativa frustrada de evadir-se da responsabilidade de seus atos. A confissão da autoria do crime veio logo após a sua localização, um passo importante para a elucidação do caso. Além da prisão, os investigadores conseguiram apreender a arma branca utilizada no ataque, um objeto fundamental para a perícia e como prova material da agressão. A apreensão da faca fortalece as evidências contra o suspeito e ajuda a traçar a dinâmica do crime.

A agilidade da Polícia Civil na condução da ocorrência é um ponto a ser destacado, demonstrando a eficiência na resposta a crimes de grande impacto social. O trabalho conjunto entre as equipes de plantão e o levantamento de informações na comunidade foram decisivos para que o agressor fosse detido antes que pudesse se afastar da região ou causar novos danos.

O Papel do SAMU e o Atendimento à Vítima

A atenção à vítima foi imediata e fundamental. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e chegou rapidamente ao local do crime. A adolescente, que apresentava múltiplos ferimentos de faca e uma hemorragia intensa, recebeu os primeiros socorros ainda na cena da agressão. A equipe médica do Samu agiu com urgência para estabilizar a jovem e garantir que ela chegasse ao hospital com as melhores chances de sobrevivência.

Posteriormente, a adolescente foi encaminhada ao Hospital Jayme dos Santos Neves, localizado também na Serra. Esta unidade hospitalar, referência em atendimento de emergência na região, passou a ser o local de sua internação, onde ela recebe cuidados intensivos. O estado de saúde da garota é considerado grave, e a equipe médica trabalha para reverter o quadro, enquanto a família e a comunidade se unem em orações e esperança por sua recuperação.

Contradições e Repercussões Legais

O caso se tornou ainda mais complexo com as versões conflitantes sobre a natureza do relacionamento entre agressor e vítima. À polícia, o pedreiro alegou não ter um motivo específico para o ataque, mas afirmou que mantinha relações com a adolescente mediante pagamento. Esta declaração, por si só, é alarmante e sugere um contexto de exploração de vulneráveis, dada a menoridade da vítima.

No entanto, a versão do suspeito foi veementemente contestada pela mãe da adolescente. Em entrevista, a mãe negou qualquer tipo de relacionamento entre sua filha e o pedreiro, refutando categoricamente a alegação de prostituição. Ela esclareceu que a menina mora com a avó, o que também desmente uma possível convivência próxima com o agressor. A mãe expressou indignação e dor, defendendo a inocência e a honra de sua filha, além de clamar por justiça diante da barbárie.

A contradição nas versões apresentadas será um ponto central na investigação. A polícia e o Ministério Público terão a tarefa de apurar a verdade dos fatos, confrontando as declarações do agressor com o depoimento da família da vítima e outras evidências coletadas. A credibilidade da versão do suspeito é posta em xeque, especialmente diante da negativa veemente da família e da idade da adolescente, que a coloca em uma posição de vulnerabilidade legal e social.

Lei Maria da Penha e Tentativa de Homicídio

Após a prisão, o pedreiro foi conduzido à 3ª Delegacia Regional da Serra, onde foi autuado em flagrante. A tipificação do crime é de tentativa de homicídio, uma acusação grave que implica a intenção de matar, mas que não se concretizou por circunstâncias alheias à vontade do agressor. Além disso, a autuação foi feita com base na Lei Maria da Penha. Este detalhe é crucial, pois a aplicação desta lei indica que o crime foi cometido em um contexto de violência doméstica ou familiar, ou ainda em razão do gênero da vítima, o que pode agravar a pena.

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) foi criada para coibir e prevenir a violência contra a mulher. Sua aplicação neste caso, mesmo diante da alegação de “relação mediante pagamento”, reforça a percepção de que a vítima foi agredida em um contexto de desequilíbrio de poder, onde a sua condição de mulher e adolescente a colocou em risco. A lei abrange diversas formas de violência, incluindo a física, como foi o caso das múltiplas facadas. A inclusão da Lei Maria da Penha na autuação demonstra a seriedade com que as autoridades estão tratando o caso, reconhecendo a dimensão de gênero da violência.

Após os procedimentos na delegacia, o suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana, uma unidade prisional do estado. Lá, ele aguardará as próximas etapas do processo judicial, que incluem a audiência de custódia e, posteriormente, o julgamento. A família da vítima, a comunidade e a sociedade esperam que a justiça seja feita, e que o responsável por este ato brutal seja devidamente responsabilizado pela lei.

A comunidade local permanece em estado de alerta, enquanto a adolescente luta por sua vida no hospital. O caso serve como um doloroso lembrete sobre a persistência da violência contra os mais vulneráveis e a necessidade contínua de vigilância, proteção e um sistema de justiça eficaz.

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