Nova Concessão Aumenta para 23 o Número de Pedágios na Região nos Próximos Anos

Nova Concessão Aumenta para 23 o Número de Pedágios na Região nos Próximos Anos

Imagem: Divulgação (essa imagem pode ter direitos autorais)

Modernização Rodoviária no RS: Free Flow Transformará Pedágios na Região Metropolitana e Vales

Uma revolução está a caminho para o sistema de pedágios na Região Metropolitana de Porto Alegre e nas prósperas regiões dos Vales do Sinos, Paranhana e Hortênsias. O governo do Rio Grande do Sul apresentou um ambicioso plano de concessões para o Bloco 1 de Rodovias, que promete modernizar a infraestrutura viária e otimizar a experiência dos motoristas. A grande novidade é a substituição do modelo tradicional, que atualmente conta com seis praças de pedágio, por um avançado sistema de cobrança automática conhecido como Free Flow, que contará com 23 pontos de coleta.

Essa mudança representa um salto significativo em termos de tecnologia e eficiência para as estradas gaúchas. O objetivo é eliminar as barreiras físicas das cancelas, reduzir o congestionamento e oferecer uma forma de cobrança mais justa e ágil, calculada com base na distância real percorrida pelos veículos. O projeto, detalhado com entusiasmo pelo governo, visa impulsionar o desenvolvimento regional, especialmente no Vale do Paranhana e nas áreas de turismo da Serra Gaúcha, ao mesmo tempo em que aprimora a fluidez do tráfego para milhares de motoristas que circulam diariamente por essas importantes artérias do estado.

Eduardo Leite detalha sobre pontos de pedágios free flow | abc+

Eduardo Leite detalha sobre pontos de pedágios free flow

Foto: Igor Müller/GES-Especial

A essência do Free Flow é a eliminação das paradas obrigatórias para pagamento. Pela proposta apresentada pelo governo estadual, a cobrança será minuciosa, calculada por trecho percorrido, com um valor estimado em R$ 0,21 por quilômetro. Este sistema inovador funcionará por meio de pórticos equipados com tecnologia de ponta, instalados estrategicamente sobre as rodovias, dispensando completamente a necessidade de cancelas e guichês. A identificação dos veículos será realizada de duas maneiras principais: por meio de dispositivos de identificação eletrônica, popularmente conhecidos como “tags”, que já são amplamente utilizados em sistemas de pedágio e estacionamento, ou por uma avançada leitura automática da placa do veículo, que reconhece o registro e associa à conta do proprietário.

Os valores iniciais das tarifas no Bloco 1 estão previstos para variar entre R$ 2,08 e R$ 6,96, dependendo do trecho específico a ser percorrido. É importante ressaltar que esses valores são estimativas iniciais e podem sofrer reduções significativas durante o processo de leilão, que definirá a concessionária responsável pela operação. As rodovias contempladas por essa transformação incluem importantes vias como a RS-020, RS-040, RS-115, RS-235, RS-239, RS-466, RS-474 e, de forma notável, a futura Rodovia do Progresso (RS-010). Esta nova e estratégica via ligará Porto Alegre ao limite entre Campo Bom e Sapiranga, prometendo desafogar o trânsito da BR-116 e proporcionar uma alternativa mais rápida e eficiente para o deslocamento entre a capital e a região metropolitana. A construção da RS-010 está programada para iniciar a partir de 2027 e contará com três pontos de cobrança Free Flow, que serão fundamentais para a manutenção e expansão da nova estrutura.

O Cronograma da Transição para o Novo Modelo

A implementação de uma mudança de tal magnitude requer um planejamento cuidadoso e fases bem definidas. O processo começa nos próximos dias com a abertura da fase de consulta pública, um período crucial para que a sociedade, especialistas e empresas possam analisar os parâmetros propostos para o edital e oferecer contribuições valenciais. A participação popular nesta etapa é fundamental para garantir que o projeto atenda às necessidades da população e seja transparente em todas as suas fases.

Após a consulta pública, espera-se que o edital de concessão seja lançado, abrindo caminho para a seleção da empresa ou consórcio que será responsável pela gestão e modernização das rodovias. A assinatura do contrato de concessão está prevista para o final de 2026, com o início efetivo da concessão em 2027. Este cronograma reflete a complexidade do projeto e o tempo necessário para os trâmites legais e burocráticos envolvidos em uma parceria público-privada de longo prazo.

Durante o primeiro ano de concessão, os atuais pedágios, com sua tarifa padrão de R$ 6,30, continuarão operando normalmente. Esse período de transição é crucial e foi planejado para permitir a instalação de toda a infraestrutura tecnológica necessária para o funcionamento do Free Flow, incluindo os 23 pórticos e os complexos sistemas de cobrança digital. Somente a partir do segundo ano de concessão é que os novos pórticos de Free Flow entrarão em plena operação, marcando o fim definitivo das cancelas e a completa migração para o sistema automatizado. Essa fase de adaptação é essencial para garantir uma transição suave para os motoristas e para que a concessionária possa calibrar e otimizar todos os sistemas antes da operação em larga escala.

Investimentos Substanciais e Benefícios de Longo Prazo

A concessão do Bloco 1 de Rodovias terá uma duração de 30 anos, um período que garante a sustentabilidade dos investimentos e a continuidade da manutenção e melhorias das vias. Estão previstos investimentos vultosos, totalizando R$ 6,41 bilhões. Desse montante, uma parte significativa, R$ 4,86 bilhões, será direcionada aos primeiros 10 anos da concessão, período em que as obras de maior porte e a instalação da tecnologia Free Flow serão priorizadas. Além disso, haverá um aporte de R$ 1,5 bilhão proveniente do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), o que reforça o compromisso do governo estadual com o projeto e sua importância estratégica.

Estes investimentos não se limitarão apenas à modernização dos pedágios. Eles abrangerão uma série de melhorias essenciais para as rodovias, como a ampliação de pistas, construção de terceiras faixas, rotatórias, viadutos, sinalização aprimorada e sistemas de segurança mais eficientes. O objetivo é não apenas tornar o fluxo de veículos mais rápido, mas também mais seguro e confortável para todos os usuários. A revitalização das rodovias é um fator chave para o desenvolvimento econômico, facilitando o transporte de cargas, o acesso a mercados e o fomento ao turismo, especialmente nas regiões da Serra Gaúcha, que são um dos grandes atrativos do estado.

Distribuição Estratégica dos Pórticos Free Flow

Os 23 pórticos do sistema Free Flow serão distribuídos de forma estratégica ao longo das rodovias do Bloco 1, cobrindo pontos de grande fluxo e áreas importantes para a conectividade regional. Essa distribuição visa otimizar a cobrança por trecho percorrido, garantindo que o valor pago pelo motorista seja proporcional ao uso da infraestrutura, algo que o modelo de praça de pedágio fixa não consegue oferecer com a mesma precisão.

Os pórticos estarão localizados nas seguintes rodovias e municípios:

  • RS-020: Gravataí, Taquara, Igrejinha e São Francisco de Paula. Esta rodovia é vital para o acesso à Serra Gaúcha a partir da Região Metropolitana.
  • RS-040: Viamão, Capivari do Sul e Palmares do Sul. Uma importante ligação com o Litoral Norte.
  • RS-115: Três Coroas e Gramado. Essencial para o turismo da região das Hortênsias.
  • RS-235: Nova Petrópolis, Gramado, São Francisco de Paula. Outra via crucial para o turismo serrano.
  • RS-466: Gramado. Complementa a malha viária turística.
  • RS-239: Novo Hamburgo, Campo Bom, Araricá, Parobé e Taquara. Uma das principais rodovias do Vale do Sinos, com grande fluxo de veículos e indústrias.
  • RS-474: Rolante, Santo Antônio da Patrulha. Conecta importantes municípios da região.
  • RS-010 (Rodovia do Progresso): Cachoeirinha, Sapucaia do Sul e Campo Bom. Esta nova rodovia promete aliviar o tráfego em eixos congestionados e impulsionar o desenvolvimento econômico das cidades que a margeiam.

A introdução do Free Flow representa um marco na infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul. Ao adotar uma tecnologia moderna e eficiente, o estado busca não apenas melhorar a experiência dos motoristas, mas também fortalecer sua capacidade logística e econômica, conectando melhor suas regiões e impulsionando o progresso para as próximas décadas.

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