O Brasil avança em biotecnologia com a segurança comprovada da primeira vacina, SpiN-TEC, totalmente desenvolvida localmente contra a covid-19, de acordo com artigo científico. O imunizante, que está progredindo para a fase final de testes clínicos, é esperado para ser disponibilizado à população no início de 2027.
A vacina é um marco na pesquisa, desenvolvida pelo renomado Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi possível graças ao financiamento de R$ 140 milhões oferecido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da RedeVírus. Os fundos cobriram todos os estudos, desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3.
Em uma entrevista conjunta para a Agência Brasil e TV Brasil, Luciana Santos, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, expressou otimismo. Ela afirmou que a produção da SpiN-TEC é um reconhecimento do avanço da ciência nacional e um passo em direção à diminuição da dependência externa em biotecnologia. Segundo Luciana, a vacina é uma prova clara da habilidade do Brasil de criar soluções in-house para lidar com emergências na área da saúde.
A ministra também enfatizou o compromisso contínuo do MCTI com a pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área da saúde. Ela mencionou algumas pesquisas em andamento para malária e doença de Chagas, em colaboração com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte.
Luciana Santos destacou a política recém implantada, Nova Indústria Brasil, lançada em 2024. Essa política visa reforçar a produção nacional de insumos, medicamentos e equipamentos de saúde ao abordar a dependência externa do Brasil na área, que representa um déficit anual de cerca de US$ 20 bilhões na balança comercial.
A ministra revelou também que a produção nacional do fator recombinante 8, um ingrediente farmacêutico ativo usado em hemoderivados, poderá reduzir os gastos com importações em até US$ 1.2 bilhões.
O governo mantém altas expectativas de que o desenvolvimento da SpiN-TEC e outras tecnologias semelhantes facilitarão a ampliação da autonomia científica e tecnológica do Brasil e o fortalecimento do complexo industrial na área da saúde.