Reunião na Casa Branca entre Zelensky e Trump Gera Reações Internacionais
A reunião entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na Casa Branca nesta sexta-feira (28), provocou reações imediatas de líderes europeus e russos. O encontro, transmitido ao vivo do Salão Oval, revelou divergências nas negociações para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada em 2022 com a invasão russa.
Durante a coletiva de imprensa, Trump pressionou Zelensky a aceitar um acordo de paz, enquanto o líder ucraniano questionou a confiabilidade do presidente russo, Vladimir Putin, chamando-o de “assassino”. A tensão aumentou quando o vice-presidente americano, J.D. Vance, interveio, afirmando: “Senhor presidente, com todo o respeito. Acho desrespeitoso da sua parte vir ao Salão Oval e tentar debater isso diante da mídia americana”. Em resposta, Trump elevou o tom: “Você está apostando com a vida de milhões de pessoas. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial, e o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, um país que te apoiou muito mais do que muitos disseram que deveria”.
Zelensky, por sua vez, respondeu com determinação: “Não faça concessões a um assassino”. Trump contra-argumentou: “Seu povo é muito corajoso, mas ou vocês fazem um acordo ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos”. Após o encontro, Trump utilizou sua rede social, TruthSocial, para declarar que Zelensky só será bem-vindo novamente quando estiver “pronto para a paz”.
Impacto e Repercussão na Europa
O embate gerou reações significativas na Europa. O presidente francês, Emmanuel Macron, contatou Zelensky após o episódio e afirmou que “é preciso respeitar quem está na luta desde o início”, uma crítica velada a Trump, que assumiu as negociações de paz somente neste ano, após retornar ao governo dos EUA. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou nas redes sociais, destacando que “Zelensky precisa ser forte e corajoso” e que “o presidente ucraniano nunca estará sozinho”.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, reiterou que “a Ucrânia pode contar com o povo alemão e a Europa”. Friedrich Merz, líder do partido vitorioso nas recentes eleições alemãs, declarou: “Não é possível confundir o agressor e a vítima”. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também reforçou o apoio de seu país à Ucrânia.
Reações na Ucrânia e Rússia
Na Ucrânia, o primeiro-ministro Denys Shmyhal apoiou Zelensky em uma rede social, afirmando: “Paz sem garantias não é possível”. Por outro lado, a Rússia reagiu com duras críticas. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, chamou Zelensky de “grande mentiroso” e mencionou que “foi um milagre” Trump e Vance não terem agredido fisicamente o líder ucraniano. Dmitri Medvedev, ex-presidente da Rússia, declarou que Zelensky “levou um tapa na cara”.
O encontro também destacou a mudança na postura dos EUA sob a liderança de Trump, que tem buscado se aproximar de Putin e negociar um acordo para encerrar o conflito sem a participação ativa da Ucrânia. Isso contrasta com o apoio dado à Ucrânia durante o governo de Joe Biden. Após 45 minutos de intensas discussões, o impasse entre os dois líderes deixou incerto o futuro das negociações para pôr fim ao conflito.
