Assassinato de Juízes do Supremo Tribunal do Irã em Teerã
Dois juízes da Suprema Corte do Irã foram assassinados por um indivíduo não identificado em Teerã neste sábado, conforme relatado pela agência de notícias IRNA, que citou o centro de mídia do judiciário. O perpetrador do crime teria cometido suicídio no local após tentativa de prisão.
Vítimas e Contexto
As vítimas foram identificadas como Hojjat al-Islam Razini e Hojjat al-Islam wal-Muslimeen Moqisseh, ambos presidentes de diferentes ramos do tribunal. Os juízes desempenhavam papéis importantes na luta contra crimes relacionados à segurança nacional, de acordo com o judiciário, que os descreveu como “corajosos e experientes”.
Detalhes do Ataque
O centro de mídia do judiciário definiu o ataque como um “ato planejado”, mencionando que as primeiras evidências sugerem que o assassino “não tinha nenhum caso no Supremo Tribunal nem era cliente dos ramos do tribunal”. As autoridades afirmaram: “Imediatamente após o ato terrorista, foi feita uma tentativa de prender o atirador, que rapidamente cometeu suicídio”, indicando que uma investigação está em andamento.
Contexto Histórico e Político
Embora as autoridades iranianas não tenham responsabilizado nenhum grupo específico, elas observaram que “nos últimos anos, medidas extensivas foram tomadas pelo judiciário para identificar, prender e processar agentes e elementos afiliados ao infame regime sionista e aos agentes, espiões e grupos terroristas dos EUA”.
Razini havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato em 1998, quando atacantes em motocicletas colocaram uma bomba magnética em seu carro, ferindo-o. Naquela época, Razini liderava o judiciário de Teerã.
Histórico de Conflitos
Os dois juízes teriam participado de uma suposta purga de dissidentes em 1988, ao final da longa guerra entre Irã e Iraque. Nesse período, o alvo principal das autoridades iranianas era a Organização Mujahedin do Povo do Irã (OMPI), que invadiu o país com uma força de 7.000 homens apoiada pelo Iraque.
A OMPI, que promove uma combinação ideológica de princípios islâmicos e marxismo revolucionário, está sediada na Albânia há décadas. De acordo com autoridades iranianas, os combatentes do grupo foram responsáveis pela morte de mais de 12.000 civis desde a revolução islâmica de 1979.
