Morte de Indivíduo Envolvido em Fatalidade Policial de 2021 em Confronto com RONE em Almirante Tamandaré

Morte de Indivíduo Envolvido em Fatalidade Policial de 2021 em Confronto com RONE em Almirante Tamandaré

Foto: Cristiano Vaz/Banda B.

Criminoso Envolvido na Morte de PM Fernando Hortz Morre em Confronto com RONE em Almirante Tamandaré

Um indivíduo com um histórico extenso no mundo do crime, e que era peça fundamental na investigação da brutal morte do policial militar Fernando Hortz, ocorrida em 2021 na cidade de Cerro Azul, foi morto durante um intenso confronto com equipes de elite da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE). O embate dramático teve lugar no início da noite de uma segunda-feira movimentada, dia 27, em Almirante Tamandaré, cidade integrante da Região Metropolitana de Curitiba, sublinhando a perigosa e incansável batalha das forças de segurança contra o crime organizado na região.

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Foto: Cristiano Vaz/Banda B.

A Operação da RONE e o Confronto Fatal

A ação que culminou na morte do suspeito foi meticulosamente planejada e executada pela Polícia Militar. Informações de inteligência apontavam para a movimentação de um indivíduo de alta periculosidade, que, apesar de utilizar uma tornozeleira eletrônica – dispositivo destinado a monitorar criminosos em regime semiaberto ou condicional –, continuava ativamente envolvido em atividades ilícitas. A suspeita principal era de que ele estaria transportando uma quantidade significativa de entorpecentes, uma carga valiosa para as redes de tráfico na região. O homem foi avistado ao volante de um veículo Volkswagen Gol de cor escura, transitando pela estratégica Rodovia dos Minérios, uma via que serve como importante corredor para o escoamento de mercadorias e, infelizmente, também para o transporte de ilícitos.

A equipe da RONE, reconhecida por sua atuação em situações de alto risco e sua prontidão operacional, tentou realizar a abordagem. No entanto, o motorista ignorou veementemente a ordem de parada, acelerando na tentativa de fuga. Segundo o relato oficial da Polícia Militar, durante a perseguição, o suspeito, em um ato de desespero e resistência, sacou uma arma de fogo contra os policiais. Esta ação, que colocou em risco a vida dos agentes da lei, deflagrou o confronto armado. Os policiais, agindo em legítima defesa e para neutralizar a ameaça iminente, responderam ao ataque, resultando no suspeito sendo alvejado. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda no local, antes que qualquer socorro pudesse ser efetivado.

O sargento Maicon, um dos policiais envolvidos na operação, fez questão de ressaltar a periculosidade do indivíduo: “Era um elemento bem perigoso, já puxou vários anos de prisão. Foi tentada a abordagem, ele não obedeceu e ainda sacou uma arma contra os policiais. Ele esteve envolvido na morte de um policial em 2021. Mesmo passando pela prisão, nada adiantou, ele continuou na vida do crime”. A declaração do sargento reflete a frustração e o perigo constante enfrentado pelas forças policiais, que frequentemente se deparam com criminosos reincidentes, cujas passagens pelo sistema prisional parecem não surtir o efeito esperado de ressocialização.

Implicações e Desdobramentos da Ocorrência

A intensidade do confronto e a necessidade de preservar a cena do crime impuseram a interdição parcial da Rodovia dos Minérios. Esta medida, embora essencial para o trabalho pericial e a segurança da área, gerou um considerável congestionamento e lentidão no trânsito, afetando diretamente a rotina de centenas de motoristas e moradores da região metropolitana. A presença de viaturas e equipes de segurança sinalizava a gravidade do ocorrido, atraindo a atenção de curiosos e reforçando a sensação de insegurança em uma via tão vital.

Após a liberação da via, o corpo do suspeito foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba para os procedimentos de necropsia e identificação formal. A arma de fogo utilizada pelo criminoso durante o confronto, bem como o veículo Volkswagen Gol que ele conduzia, foram apreendidos. Ambos os itens são cruciais para a continuidade das investigações e foram encaminhados à Delegacia de Almirante Tamandaré, onde serão periciados e servirão como provas materiais no inquérito policial. A ação da RONE, neste caso, não apenas neutralizou um criminoso perigoso, mas também retirou das ruas uma arma e, possivelmente, uma quantidade significativa de drogas que alimentaria o comércio ilegal.

Relembrando a Trágica Morte do Soldado Fernando Hortz em 2021

A conexão do suspeito com a morte do soldado Fernando Hortz trouxe à tona a memória de um dos episódios mais lamentáveis para a Polícia Militar do Paraná nos últimos anos. O soldado Hortz, integrante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), foi assassinado a tiros na noite de 31 de julho de 2021, em Cerro Azul, uma cidade que, apesar de sua tranquilidade aparente, foi palco dessa tragédia. O crime chocou a corporação e a população local, evidenciando a vulnerabilidade dos agentes de segurança, mesmo fora de serviço.

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Detalhes da Emboscada em Cerro Azul

O boletim de ocorrência da época detalha que o soldado Hortz havia sido convidado por um amigo para uma celebração de aniversário familiar na localidade de Bomba, uma área rural a cerca de 30 quilômetros do centro de Cerro Azul. Após a confraternização, o soldado e seu amigo decidiram estender a noite em um baile local. Foi neste evento, em meio à agitação e à música, que a situação escalou para a violência. Por motivos ainda não completamente esclarecidos, uma confusão generalizada se instalou. Três indivíduos teriam avançado contra Fernando Hortz, iniciando uma agressão covarde.

No auge do ataque, os agressores não apenas espancaram o soldado, mas conseguiram subtrair sua arma de serviço, um ato de extrema audácia e periculosidade. Em seguida, de forma impiedosa, eles atiraram contra o policial. Fernando Hortz sofreu ferimentos graves no tórax e no pé direito, áreas vitais do corpo que indicam a intenção homicida dos agressores. Apesar de ter sido socorrido e encaminhado às pressas para o Hospital de Cerro Azul, o soldado não resistiu à gravidade dos ferimentos e veio a óbito durante o trajeto até a unidade de saúde, um desfecho trágico que ceifou a vida de um servidor público dedicado.

O amigo que acompanhava o soldado Hortz na fatídica noite também foi ferido durante a confusão, mas, felizmente, sobreviveu ao ataque. A morte de Fernando Hortz gerou uma onda de indignação e um intenso trabalho das autoridades para identificar e prender todos os envolvidos. A notícia da morte de um dos suspeitos, que teve participação nesse crime, marca um desdobramento importante na busca por justiça e evidencia a persistência das forças de segurança em responsabilizar criminosos por seus atos.

A Luta Contínua da Polícia Militar

Este recente confronto em Almirante Tamandaré, que resultou na morte de um criminoso com histórico e envolvimento em um crime tão grave quanto o assassinato de um policial militar, reforça a complexidade e os perigos inerentes à atuação das forças de segurança. A Polícia Militar, em particular a RONE, está na linha de frente no combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à violência que assola comunidades em todo o país. A utilização de dispositivos de monitoramento eletrônico, embora seja uma ferramenta de controle, não garante por si só a cessação das atividades criminosas, como demonstrou o caso do suspeito que continuava a atuar mesmo sob vigilância.

A memória do soldado Fernando Hortz e o compromisso em combater o crime continuam a impulsionar o trabalho diário dos policiais militares, que arriscam suas vidas para garantir a segurança da população. O desfecho dessa perseguição em Almirante Tamandaré é um lembrete sombrio dos desafios enfrentados, mas também uma demonstração da determinação da polícia em enfrentar criminosos perigosos e buscar a justiça para as vítimas e seus familiares.