Para a primeira vez, o Tesouro dos Estados Unidos intervém diretamente em um mercado emergente vendendo dólares e comprando pesos argentinos. A ação tem como objetivo evitar a desvalorização da moeda local e apoiar a política econômica do governo de Javier Milei na Argentina. A operação foi realizada por meio dos bancos locais Santander, Citibank e JP Morgan, em uma época em que os fundos do governo argentino estão se esgotando.
Esta ação financeira é inovadora e inclui um swap de divisas de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina, que será ativado em caso de necessidade. É um movimento estratégico, geopolítico e ideológico, segundo Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Esta é a primeira vez que os Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI são usados para intervir na taxa de câmbio de um país emergente.
Além do swap de divisas, a intervenção inicial envolveu a compra direta de US$ 350 milhões pelo Tesouro para fortalecer o peso argentino. Isso resultou em aumento de até 10% nas ações argentinas em Wall Street e um aumento de 5,8% na Bolsa de Buenos Aires. A taxa de câmbio do peso se valorizou de 1.470 para 1.420 por dólar.
Essa ação dos EUA realça seu apoio estratégico a Milei e tenta diminuir a influência da China na Argentina. O governo de Donald Trump vê a estabilidade econômica argentina como crucial para a prosperidade regional e evita crises institucionais. Bessent afirmou que a medida não é um resgate, mas tem como objetivo garantir um desempenho eleitoral favorável ao governo argentino.
O presidente Javier Milei elogiou a intervenção e destacou o papel do Ministro da Economia, Luis Caputo. No entanto, os analistas sugerem que, embora a operação corrija problemas cambiais temporários, ela não resolve as limitações estruturais da economia argentina, que enfrenta um ajuste fiscal de 5% do PIB e uma baixa atividade econômica.
Além disso, o Tesouro dos Estados Unidos está considerando outros mecanismos de apoio, como acordos comerciais e de investimento. Um anúncio oficial de novas medidas é esperado para a próxima terça-feira (14/10/2025), quando Milei visitará a Casa Branca. Especialistas esperam que essa operação ajude a estabilizar o mercado de câmbio e fortaleça a confiança internacional no governo argentino.
