Flamengo Vs Racing: Clube Brasileiro Avança para a Final da Libertadores após Superação de Expulsão

Flamengo Vs Racing: Clube Brasileiro Avança para a Final da Libertadores após Superação de Expulsão

Será a quarta final de Libertadores do Flamengo nos últimos sete anos (venceu em 2019 e 2022 e foi vice em 2021). (Foto: Adriano Fontes/Flamengo)

Flamengo Conquista Vaga na Final da Libertadores 2025 após Empate Heroico em Avellaneda

O Flamengo carimbou seu passaporte para a grande final da Copa Libertadores da América de 2025, assegurando sua vaga com um empate por 0 a 0 contra o Racing, em um confronto tenso e emocionante disputado no lendário estádio El Cilindro, em Avellaneda, na Argentina. A equipe rubro-negra, demonstrando notável resiliência e maturidade tática, conseguiu suportar a intensa pressão dos donos da casa, que, apesar de todo o ímpeto, mostraram-se ineficazes em suas investidas ofensivas, especialmente ao insistir em bolas aéreas que raramente representavam perigo real à meta flamenguista.

Com essa classificação memorável, o Flamengo agora aguarda a definição de seu adversário na decisão. O outro finalista sairá do embate de volta entre Palmeiras e LDU, que se enfrentarão nesta quinta-feira no Allianz Parque. A equipe equatoriana detém uma vantagem significativa, tendo vencido o jogo de ida por 3 a 0 em Quito, o que coloca os palmeirenses diante de um desafio monumental para reverter o placar.

Essa será a quarta vez nos últimos sete anos que o Flamengo disputará a final da Libertadores, um feito que sublinha a hegemonia e a força do clube carioca no cenário continental. A equipe conquistou o título em 2019 e 2022, e foi vice-campeã em 2021, consolidando-se como uma das maiores potências do futebol sul-americano na última década. A decisão da Libertadores de 2025 já tem data e local marcados: 29 de novembro, no Estádio Monumental, em Lima, no Peru.

A Atmosfera Hostil de El Cilindro e a Iniciativa Rubro-Negra

O cenário para a semifinal não poderia ser mais desafiador. Antes mesmo do apito inicial, a partida no El Cilindro foi marcada por um atraso significativo. Primeiro, devido a um protocolo inicial, e depois por mais alguns minutos sem a bola rolar por conta dos fogos de artifício e artefatos pirotécnicos lançados pela fanática torcida do Racing, que buscava criar uma atmosfera intimidadora e hostil. No entanto, mesmo com o caldeirão fervilhante de Avellaneda, foram os jogadores do Flamengo que, surpreendentemente, demonstraram maior iniciativa nos primeiros momentos do jogo.

Apesar da intensa pressão imposta pelos argentinos, que buscavam impor seu ritmo desde o início, e de uma bela e crucial defesa do goleiro Rossi logo nos minutos iniciais, o Flamengo não se acovardou. Nomes como Luiz Araújo, Carrascal e Arrascaeta foram acionados com frequência, demonstrando capacidade de incomodar a bem postada defesa do Racing. Os donos da casa, em momentos de maior contenção, formavam uma linha de até seis jogadores, dificultando a penetração rubro-negra. Ainda assim, o goleiro Cambeses foi testado em algumas ocasiões, intervindo bem e mostrando segurança.

Por outro lado, o Racing, mesmo com a posse de bola e o apoio de sua torcida, teve considerável dificuldade em criar jogadas de perigo com repertório. A estratégia da equipe se baseava em cruzamentos para a área, uma tática que se mostrou ineficaz contra a zaga flamenguista. A chance mais clara dos mandantes na primeira etapa veio de um cabeceio de Conechny, que exigiu mais uma intervenção salvadora de Rossi, que se consolidaria como um dos grandes nomes da partida. Almendra ainda teve uma oportunidade menos clara em um contra-ataque, mas seu chute acabou passando por cima da meta, sem ameaçar seriamente o gol.

A insistência dos argentinos em levantamentos na área se mostrou infrutífera ao longo de todo o primeiro tempo, mas foi uma estratégia mantida com teimosia. Em um dos lances mais controversos, uma bola que tocou no ombro de Varella gerou intensas reclamações de pênalti por parte dos jogadores do Racing. No entanto, o árbitro chileno Piero Maza, com acerto, não marcou a penalidade, interpretando corretamente o lance.

Segundo Tempo: Expulsões, VAR e Tensão Crescente

Na volta do intervalo, a tática do Racing não mudou. As escalações permaneciam as mesmas, e a equipe argentina persistia na estratégia de levantar a bola na área flamenguista, demonstrando uma falta de variação tática que se tornaria crucial para o desfecho do jogo.

Um jogo que vinha sendo morno e pautado pela disciplina tática de ambas as equipes rapidamente ganhou em intensidade e dramaticidade com a expulsão de Plata. Após uma dividida com Marcos Rojo, o jogador flamenguista caiu no chão. Ao ser ajudado a levantar por Rojo, Plata reagiu com um tapa no rosto do argentino. O árbitro Piero Maza, após ser alertado pelo VAR, optou por revisar o lance, e mesmo sem precisar rever a imagem no monitor, confirmou o cartão vermelho direto para o atacante do Flamengo. Essa expulsão forçou o técnico Filipe Luís a reorganizar a equipe, recuando-a para garantir a solidez defensiva com um jogador a menos em campo. A partir daquele momento, o Flamengo teria que jogar com dez homens, o que prometia aumentar ainda mais a pressão do Racing.

Poucos minutos depois, a balança do jogo parecia pender para o lado do Racing quando Marcos Rojo, o mesmo envolvido na expulsão de Plata, também recebeu o cartão vermelho. O defensor argentino foi expulso após uma dividida com Léo Ortiz, em que os flamenguistas prontamente reclamaram de uma cotovelada. Contudo, em mais um momento crucial de revisão do VAR, Piero Maza foi ao monitor para analisar o lance. Após revisar a imagem, o árbitro constatou que houve apenas um choque de cabeça, sem intenção de agressão, e decidiu anular a expulsão, mostrando apenas o cartão amarelo para Rojo. Assim, o Racing, que por alguns instantes sonhou com a vantagem numérica, voltou a ter onze jogadores em campo, mantendo a igualdade numérica, mas com a torcida e os atletas ainda mais fervorosos.

Jogadores do Flamengo comemoram classificação

A Batalha Tática e a Resiliência Rubro-Negra

Com o Racing novamente com força máxima e o Flamengo atuando com um a menos, o técnico Gustavo Costas lançou sua equipe ainda mais ao ataque. A expectativa era de uma enxurrada de jogadas ofensivas, mas a realidade mostrou uma equipe argentina sem grande repertório, limitando-se, mais uma vez, ao já conhecido e ineficaz “chuveirinho”. A zaga do Flamengo, comandada por Léo Ortiz e Léo Pereira, com a segurança de Rossi no gol e o apoio dos laterais Varella e Alex Sandro, conseguiu neutralizar a maioria das investidas aéreas.

Em uma rara tentativa que destoou da insistência em cruzamentos, Colombo arriscou um chute de fora da área após um escanteio, e a bola tirou tinta da trave, levando um susto à torcida flamenguista. Pouco depois, Vietto teve outra grande oportunidade, dominando a bola dentro da área e finalizando, mas sua finalização encontrou um inspirado Rossi, que realizou mais uma defesa espetacular, garantindo a invencibilidade de sua meta e a classificação rubro-negra. A atuação de Rossi foi, sem dúvida, um dos pilares da classificação, com defesas cruciais que mantiveram o placar zerado.

Apesar da pressão final e dos momentos de apreensão, o Flamengo conseguiu segurar o empate, demonstrando uma capacidade defensiva e uma inteligência tática dignas de finalista. A equipe soube sofrer quando necessário e garantiu sua presença na decisão, confirmando seu lugar entre as principais forças do continente.

Com a vaga na final garantida, o Flamengo agora vira a chave para o Campeonato Brasileiro, no qual ocupa a vice-liderança. O próximo compromisso será já no sábado, contra o Sport, no Maracanã, onde a equipe buscará manter o ritmo e a boa fase também na competição nacional.

Ficha Técnica

Racing:

  • Facundo Cambeses
  • Facundo Mura (Gastón Martirena)
  • Nazareno Colombo
  • Marcos Rojo
  • Gabriel Rojas
  • Juan Nardoni (Matías Zaracho)
  • Agustín Almendra (Adrián Balboa)
  • Zucilini
  • Santiago Solari (Luciano Vietto)
  • Maravilla Martínez
  • Tomás Conechny (Duvan Vergara)
  • Técnico: Gustavo Costas

Flamengo:

  • Rossi
  • Varella (Emerson Royal)
  • Léo Ortiz
  • Léo Pereira
  • Alex Sandro
  • Erick Pulgar
  • Jorginho (Evertton Araújo)
  • Arrascaeta (Bruno Henrique)
  • Carrascal (Danilo)
  • Plata
  • Luiz Araújo (Saúl)
  • Técnico: Filipe Luís
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