À medida que o verão se aproxima, os insetos, especialmente os mosquitos, começam a se reproduzir em um ritmo acelerado. Especialistas e pesquisadores alertam para o crescimento nos casos de febre do Oropouche, especialmente no Espírito Santo, que tem sido o centro do avanço da doença desde 2024. Em 2025, o Brasil registrou 11.977 casos da doença, sendo que 6.323 desses casos foram apenas no Espírito Santo.
As altas temperaturas são um momento de grande atenção, de acordo com a epidemiologista Ethel Maciel. Ela afirma que a proximidade do verão causa expectativa de um aumento nos casos da febre. Alfredo Chaves, grande produtor de banana, foi epicentro da doença em 2024. Este ano, no entanto, os casos da doença estão mais espalhados pelos municípios capixabas.
A febre do Oropouche era há alguns anos restrita à região amazônica. Atualmente, a doença está se espalhando pelo país. Para combater a disseminação do vírus, o Ministério da Saúde, juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), escolheu Alfredo Chaves como o local de início de um estudo pioneiro de controle da doença.
A pesquisa visa testar várias abordagens de matéria orgânica para combater a reprodução do mosquito transmissor da doença. A realização dessas pesquisas também é importante para a criação de regras claras e seguras para o controle da febre do Oropouche, que passou de uma doença amazônica para uma preocupação global.
A transmissão vertical do Oropouche – de mãe para filho durante a gestação – é outra preocupação dos especialistas. Portanto, a Secretaria de Saúde está orientando os serviços de saúde sobre como lidar com casos suspeitos e confirmados da doença em gestantes e recém-nascidos. Existem atualmente casos suspeitos de transmissão vertical da febre no Brasil, incluindo um óbito fetal em Pernambuco e um bebê que nasceu com anomalias congênitas, como microcefalia, no Acre.
Embora a busca por uma solução definitiva continue, é crucial que todos tomem precauções adequadas para minimizar o risco de infecção e disseminação da febre do Oropouche.
