Dicas para uma Infância Saudável: Mais Brincadeiras e Menos Tempo de Tela

Na era da superconexão digital, a interação das crianças com a natureza, brincadeiras ao ar livre e tempo longe das telas, são agora recomendadas como práticas médicas, visando um desenvolvimento infantil mais saudável e equilibrado.

Segundo a pediatra Renata Aniceto, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as mudanças comportamentais significativas, especialmente nas novas gerações, se dão em grande parte devido ao uso crescente de dispositivos digitais. A inclusão de tempo de tela em nossa rotina diária tem levado a uma “conexão e desconexão” paradoxal entre pais e filhos.

Além de promover alimentação balanceada e vacinação, a especialista traz em suas orientações a importância do tempo de convívio entre pais e filhos. Sugerindo brincadeiras no parque, cozinhar juntos e jogos de tabuleiro como forma de se conectar e criar memórias positivas.

Por outro lado, Angela Uchoa Branco, professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB), reitera a importância de jogos físicos, interação face a face com outras crianças e adultos, para um crescimento saudável e integral.

Infância na era digital

No cenário atual, as brincadeiras de rua que antes caracterizavam a infância agora são em muitos casos substituídas por interações online. Excesso de tempo de tela não só interfere no desenvolvimento cognitivo das crianças, mas também pode contribuir para problemas de saúde como obesidade.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2020 atualizou suas orientações para o tempo de tela adequado para cada faixa etária, listado a seguir:

  • De 0 a 2 anos: sem telas, mesmo que passivamente;
  • De 2 a 5 anos: uma hora por dia, com supervisão dos pais ou responsáveis;
  • De 6 a 10 anos: uma a duas horas por dia, no máximo, e sempre com supervisão;
  • Entre 11 e 18 anos: de duas a três horas por dia, e nunca deixar “virar a noite”.

Além do digital

Lia Jamra, diretora executiva da ONG Vaga Lume, destaca que é necessário incentivar a leitura em contraponto à digitalização. A leitura pode ter um impacto socioemocional significativo na formação da criança, expandindo seu repertório e visão de mundo.

Sono

O sono de qualidade é um ingrediente crucial para o desenvolvimento infantil saudável. Renata pontua que o excesso de exposição às telas pode comprometer a qualidade do sono da criança, interferindo em processos neurológicos importantes que acontecem durante o sono, incluindo a fixação de aprendizagens adquiridas durante o dia.

Diálogo

Angela Uchoa considera que uma comunicação respeitosa e a afirmação positiva das capacidades das crianças são aspectos-chave no estabelecimento de limites e no fortalecimento da autoestima das crianças.

Alimentação

Da mesma forma, uma alimentação saudável desde o início é fundamental para o crescimento adequado e a formação de hábitos alimentares benéficos a longo prazo. A professora Diana Barbosa Cunha, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sublinha que uma introdução alimentar tranquila e consciente é crucial nesta fase.

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