Cães Desaparecem em Curitiba após Tutor Deixá-los com Vizinho Durante Viagem ao Acre

Cães Desaparecem em Curitiba após Tutor Deixá-los com Vizinho Durante Viagem ao Acre

Foto: Arquivo Pessoal

Aposentado Vive Pesadelo Após Vizinho Sumir com Cães em Curitiba

A história de Antônio Silva, um aposentado de 68 anos residente em Curitiba, tomou um rumo doloroso e inesperado, transformando uma viagem rotineira em um verdadeiro pesadelo. Seus dois fiéis companheiros, os cães Amigo e Fiel, desapareceram misteriosamente enquanto estavam sob os cuidados de um vizinho. O acordo, que envolvia uma quantia significativa de dinheiro e a promessa de zelo, desfez-se em um mistério que já dura semanas, deixando Antônio em desespero e com um prejuízo financeiro considerável.

A saga de Antônio começou no dia 11 de setembro, quando ele se preparava para uma viagem de Curitiba até o Acre. A preocupação com o bem-estar de Amigo e Fiel era imensa, como é comum para qualquer tutor dedicado. Contudo, um obstáculo imprevisto surgiu: as caixas de transporte dos cães não estavam em conformidade com as exigências da companhia aérea, inviabilizando que os animais o acompanhassem no voo. Diante da impossibilidade de levar seus pets e com a viagem inadiável, Antônio se viu em uma encruzilhada. A solução aparente, e que parecia a mais sensata à época, foi confiar seus amados cães a um vizinho, que se propôs a cuidar deles durante sua ausência.

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Foto: Arquivo Pessoal

A Confiança Que Virou Traição e o Início da Preocupação

O acordo com o vizinho não era meramente um favor. Antônio, zeloso com o conforto e a segurança de Amigo e Fiel, repassou a quantia de R$ 2,5 mil. Esse valor, que não era insignificante para o aposentado, destinava-se a cobrir as despesas com os cuidados diários dos cães e, mais importante, a aquisição de novas caixas de transporte que estivessem em conformidade com as normas aéreas, garantindo que os pets pudessem viajar com ele no retorno. A ideia era que, ao voltar, Amigo e Fiel estivessem prontos para embarcar sem mais contratempos.

Durante os primeiros dias de sua viagem, Antônio manteve contato com o vizinho, buscando notícias sobre seus amados pets. As respostas iniciais eram tranquilizadoras. “Até antes de eu retornar, eu ligava e perguntava sobre os cachorros, e ele respondia: ‘Os animais estão bem, estão sendo bem tratados, bem cuidados’”, relatou Antônio. No entanto, uma crescente sensação de desconfiança começou a tomar conta do aposentado. Ele pedia fotos insistentemente para se certificar do bem-estar dos cães. Uma foto chegou no dia 12 de setembro, seguida por outra cinco dias depois. A partir daí, o contato foi abruptamente interrompido. O silêncio do vizinho acendeu um alerta vermelho no coração de Antônio, que passou a viver dias de agonia no Acre, sem conseguir informações sobre Amigo e Fiel.

O Retorno Desesperado e a Cruel Descoberta

A falta de comunicação e a crescente angústia impulsionaram Antônio a tomar uma decisão drástica e dispendiosa. Sem conseguir contato com o vizinho e dominado pela preocupação, ele decidiu abandonar a ideia do voo e retornar a Curitiba de carro, uma jornada longa e exaustiva. Foram cinco dias de estrada, uma viagem que custou mais de R$ 10 mil em despesas, um valor que se somava aos R$ 2,5 mil já repassados ao vizinho. O sacrifício financeiro e físico era imenso, motivado apenas pelo amor e a esperança de reencontrar seus companheiros.

Ao finalmente chegar à capital paranaense e dirigir-se à casa do vizinho, Antônio deparou-se com a dura realidade: Amigo e Fiel não estavam mais lá. A angústia deu lugar ao desespero e à raiva diante da traição da confiança. O vizinho, confrontado, apresentou uma explicação que rapidamente se mostraria uma farsa. Ele afirmou que havia deixado os pets em uma chácara na Lapa, uma cidade próxima a Curitiba.

Determinado a encontrar seus cães, Antônio organizou uma busca. “Voltei de carro com meu filho para buscar os cachorros e retornar ao Acre. O vizinho me disse que os pets estavam em uma chácara na Lapa. Meu filho, um amigo e o próprio vizinho foram até lá, passaram por todas as chácaras. Só que ninguém nem conhecia ele”, disse Antônio, descrevendo a busca infrutífera. A chácara era uma invenção, um local fictício para onde seus cães jamais haviam sido levados. A mentira descarada do vizinho apenas aprofundou o abismo de preocupação de Antônio, que agora não sabia o paradeiro de seus amados animais.

Ação Policial e a Busca Pela Verdade

Diante da gravidade da situação e da evidente quebra de confiança e abandono, Antônio não hesitou em procurar as autoridades. Ele registrou um boletim de ocorrência detalhando o desaparecimento de Amigo e Fiel, bem como o valor enviado para seus cuidados, que não foram prestados. A denúncia levou o caso à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que imediatamente iniciou as investigações.

O delegado Guilherme Dias, responsável pelo caso, confirmou que a equipe de investigação está realizando diligências para localizar os dois cães e esclarecer os fatos. “Essa pessoa teria relatado ao tutor que deixou os animais em uma chácara, mas a verdade é que esses animais jamais estiveram nesse local”, afirmou o delegado. Ele ressaltou a seriedade do ocorrido e a determinação da polícia em desvendar o mistério. “Nossa equipe de investigação está tentando localizar os animais e descobrir o que ocorreu com eles, se eles foram mortos ou levados para outro local.” A menção de que os animais poderiam ter sido mortos ou levados para outro local adiciona uma camada sombria à já dolorosa situação, reforçando a urgência em encontrar respostas.

A polícia faz um apelo à comunidade: “Caso alguém tenha informações, deve procurar a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente”, orientou o delegado. Qualquer pista, por menor que seja, pode ser crucial para desvendar o paradeiro de Amigo e Fiel e trazer alívio a Antônio.

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Foto: Arquivo Pessoal

O Impacto Emocional e Financeiro de Uma Traição

A situação deixou Antônio em uma condição de profunda dor e prejuízo. Além da perda inestimável de seus companheiros, ele está sem parte do dinheiro investido na tentativa de resgatá-los e garantir seu bem-estar. A esperança de encontrá-los vivos persiste, mas o medo do pior é uma sombra constante. A cada dia que passa, a angústia de Antônio aumenta. Ele teme que Amigo e Fiel possam não estar mais vivos, uma preocupação que consome seus pensamentos.

“É meu Amigo e meu Fiel. Tenho medo de não estarem vivos, são quase 40 dias de procura”, desabafou Antônio, com a voz embargada pela emoção. A dor de não saber o que aconteceu com seus pets, com quem compartilhava uma rotina e um amor incondicional, é indescritível. A idade e a condição de aposentado tornam a jornada ainda mais desafiadora, tanto emocional quanto financeiramente. Os mais de R$ 12 mil gastos entre os cuidados prometidos e a viagem de retorno representam uma parcela significativa de sua economia, dinheiro que foi gasto em uma busca dolorosa e, até o momento, sem sucesso.

A história de Antônio serve como um alerta para os perigos de confiar o cuidado de animais de estimação a terceiros sem a devida checagem e contratos formais, especialmente quando há uma transação financeira envolvida. No entanto, mais do que uma lição, é um grito de socorro de um tutor desesperado, que mobilizou suas últimas forças e recursos para tentar trazer seus amigos de volta. A esperança agora reside na investigação policial e na solidariedade da comunidade para que Amigo e Fiel, onde quer que estejam, possam retornar ao seu lar e ao carinho de Antônio Silva.

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