A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem permitido a produção do antídoto de etanol injetável, uma potencial cura para casos de envenenamento por metanol. A primeira série de doses será fabricada pelo laboratório Cristália e toda a produção será doada ao Ministério da Saúde brasileiro.
Esta é uma das várias iniciativas que a Anvisa está tomando para combater o aumento dos casos de envenenamento por metanol no Brasil. Em 3 de Maio, a organização estabeleceu procedimentos para a autorização emergencial da fabricação de etanol injetável.
Para garantir a segurança e eficácia do tratamento, a Anvisa estipulou que o fabricante da droga deve ser baseado no Brasil e atender a todas as normas sanitárias aplicáveis. Além disso, os medicamentos produzidos devem atender a critérios técnicos de qualidade para uso humano e terão uma validade máxima de 120 dias.
Leandro Safatle, o diretor-presidente da Anvisa, elogiou a coordenação entre a Anvisa, o Ministério da Saúde e o setor produtivo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem atualmente 29 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 25 em São Paulo, três no Paraná e um no Rio Grande do Sul. Até o momento, foram confirmadas cinco mortes, enquanto outras seis ainda estão sendo investigadas.
O antídoto injetável de etanol é usado para tratar o envenenamento por metanol porque bloqueia o caminho que transforma o metanol em ácido fórmico, embora cause embriaguez como efeito colateral. Fomepizol é uma alternativa que faz o mesmo, mas com menos risco de efeitos secundários.
Em 9 de maio, o Brasil recebeu um carregamento de 2.500 ampolas de fomepizol, um outro antídoto para o tratamento de envenenamentos por metanol. O Ministério da Saúde adquiriu o medicamento no meio de um surto de casos de envenenamento.
Na última sexta-feira, a polícia descobriu uma fábrica ilegal em São Bernardo do Campo que estava produzindo bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, explicou que o grupo criminoso estava comprando a substância em postos de gasolina e usava ela para falsificar bebidas destiladas como vodka e whisky.
A recomendação atual dos órgãos de saúde é para evitar consumir bebidas destiladas de origem desconhecida. Se alguém experienciar sintomas incomuns após beber álcool, como dor abdominal intensa, tontura e confusão mental, eles devem procurar atendimento médico imediato e realizar exames laboratoriais e uma avaliação oftalmológica. É fundamental buscar ajuda dentro de seis horas após o início dos sintomas para evitar que a situação piore.