Espírito Santo Reforça Segurança e Ativa Plano de Contingência Após Operação no Rio de Janeiro
O Espírito Santo ativou seu plano de contingência, uma medida preventiva elaborada para um monitoramento aprofundado das atividades de facções criminosas. Essa ação estratégica foi desencadeada logo após a Operação Contenção, uma robusta ofensiva policial realizada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro. O plano, minuciosamente formulado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), foi oficialmente apresentado nesta quinta-feira (30), contando com a presença e o endosso do governador Renato Casagrande e do vice-governador Ricardo Ferraço, este último também coordenador do renomado Programa Estado Presente em Defesa da Vida.
O principal objetivo por trás desta iniciativa abrangente é estabelecer um fluxo contínuo e altamente eficiente de informações de inteligência. Esse fluxo será compartilhado entre todas as agências federais e estaduais envolvidas, visando identificar de forma rápida e precisa qualquer movimentação atípica. A preocupação central é monitorar possíveis fugas para o território capixaba, abrangendo tanto criminosos com atuação consolidada no Rio de Janeiro que buscam refúgio, quanto indivíduos originários do Espírito Santo que pudessem estar escondidos em solo fluminense e agora planejam retornar ao seu estado natal. A proatividade é a palavra-chave, garantindo que o Estado esteja sempre um passo à frente das ações criminosas.
A Proatividade do Espírito Santo Diante da Ação no Rio
A Operação Contenção, deflagrada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, teve um impacto significativo nas estruturas do crime organizado na região. Diante disso, o Governo do Espírito Santo agiu com celeridade e inteligência, reforçando suas fronteiras e o trabalho de suas agências. A resposta capixaba não se limita a um mero reforço pontual; trata-se de uma estratégia sistêmica que visa blindar o estado contra os desdobramentos de operações em estados vizinhos.
A integração entre as forças de segurança estaduais e federais é um pilar fundamental dessa estratégia, permitindo uma troca de informações em tempo real e uma atuação coordenada. Essa sinergia é crucial para antecipar movimentos, mapear redes criminosas e, consequentemente, frustrar quaisquer tentativas de migração ou reorganização por parte das facções. O monitoramento não se restringe apenas às estradas, mas também se estende a áreas rurais e rotas alternativas que poderiam ser utilizadas por criminosos mais astutos.
“Estamos desde o ocorrido avaliando a repercussão e se é necessária alguma retenção. As nossas agências de inteligência estão integradas, tanto do Governo do Estado quanto do Governo Federal. Estamos acompanhando as divisas com a Polícia Rodoviária Federal. É bom destacar que, na verdade, as lideranças criminosas daqui estão migrando para o Rio de Janeiro, pois sabem que aqui são grandes as chances de serem presas. E já adianto: se tentarem voltar, serão alcançadas. O Espírito Santo está mostrando o jeito de fazer segurança pública que produz efeito para o cidadão, com inteligência e tecnologia, operações cirúrgicas, prisões de lideranças, além do trabalho social”, pontuou o governador Casagrande.
Detalhes do Plano de Contingência Capixaba
O plano de contingência elaborado pela Sesp não é apenas um documento; é um guia operacional para a segurança pública capixaba, adaptado às dinâmicas do crime organizado. Sua ativação preventiva demonstra a visão estratégica do governo em manter o controle e a ordem no território estadual, mesmo diante de eventos significativos em outras unidades da federação.
Inteligência Integrada e Fluxo de Informações
A espinha dorsal deste plano é a **inteligência de segurança pública**. Agências como a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, além de órgãos federais como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, compartilham dados e análises de forma contínua. Essa rede de informações permite um panorama mais completo e preciso sobre a atuação e os planos das facções. O objetivo é criar um “mapa” dinâmico do crime, identificando líderes, rotas de fuga, pontos de apoio e possíveis estratégias que possam ser empregadas pelos criminosos em um cenário de pressão em outro estado.
O foco não é apenas reativo, mas proativo: antecipar as movimentações criminosas antes que elas se concretizem. Isso envolve a análise de padrões, a interceptação de comunicações e a vigilância constante de indivíduos e grupos considerados de alto risco. A tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo, com o uso de sistemas avançados de monitoramento e análise de dados, que potencializam a capacidade de identificação e resposta das forças de segurança.
Monitoramento Reforçado nas Divisas
Até o momento, os levantamentos realizados por todas as agências de inteligência não indicam nenhuma migração em massa de criminosos para o Espírito Santo após a operação no Complexo da Maré. Contudo, a vigilância permanece máxima, especialmente nas **estradas que cortam os municípios** que fazem divisa com o Rio de Janeiro. São eles: Presidente Kennedy, Mimoso do Sul, Apiacá, Bom Jesus do Norte, São José do Calçado e Guaçuí. Nessas localidades, o monitoramento foi intensificado, contando, inclusive, com o apoio estratégico da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Esse reforço nas fronteiras inclui o aumento do efetivo policial, a realização de blitzes e barreiras de fiscalização mais frequentes e rigorosas, e a utilização de tecnologias de reconhecimento de placas e veículos. A PRF, com sua expertise em patrulhamento de rodovias federais, é um parceiro vital nessa operação, garantindo que as principais vias de acesso ao estado sejam controladas de forma eficiente, dificultando a entrada de indivíduos procurados ou o transporte de materiais ilícitos.
O Programa Estado Presente em Defesa da Vida e a Integração das Forças
O vice-governador Ricardo Ferraço, que coordena o Programa Estado Presente em Defesa da Vida, reforçou a mobilização e a atenção aos desdobramentos da operação no Rio. Ele enfatizou a importância da integração das forças de segurança, que permite a obtenção de informações precisas e estratégicas para estruturar as ações em território capixaba.
“Assim que tomamos conhecimento da operação na cidade do Rio de Janeiro, nosso núcleo do Estado Presente está atento aos desdobramentos e mobilizado. A integração das forças de segurança permite recebermos informações precisas e estratégicas do que acontece lá para estruturarmos nossas ações aqui. Nosso plano de contingência já está em operação, tático e estratégico. A estrutura de segurança pública do nosso Estado está pronta. Bandidos fogem do Espírito Santo para buscar abrigo em outros estados porque sabem que aqui nossas polícias irão alcançá-los e prendê-los. Eles sabem bem dessa atuação efetiva das nossas forças”, reforçou o vice-governador Ricardo Ferraço, destacando a capacidade de resposta e a efetividade das ações no estado.
O Programa Estado Presente, com sua abordagem multifacetada que combina ações de segurança com investimentos sociais, tem sido um pilar na redução da criminalidade no Espírito Santo. Sua atuação vai além da repressão, buscando atacar as causas da violência e oferecer alternativas, o que complementa a estratégia de segurança ostensiva e de inteligência.
Espírito Santo: Um Refúgio Inóspito para Criminosos
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, fez questão de sublinhar que o Espírito Santo consolidou-se como um “território hostil” para os criminosos. Essa reputação não é à toa e se baseia em uma política de segurança pública rigorosa e eficaz, que desestimula a migração de facções para o solo capixaba.
A Estratégia Capixaba de Segurança Pública
A eficácia da segurança no Espírito Santo reside em uma combinação de fatores: investimento contínuo em inteligência e tecnologia, aprimoramento constante do treinamento das forças policiais, e uma estratégia focada na prisão de lideranças criminosas. As “operações cirúrgicas” mencionadas pelo governador são ações coordenadas e planejadas para desmantelar organizações criminosas de forma precisa, minimizando danos colaterais e maximizando a captura de alvos de alto valor.
Essa abordagem diferenciada fez com que o estado se tornasse um local onde os “bandidos não se criam”, como enfatiza o secretário Damasceno. A probabilidade de serem capturados é significativamente maior aqui do que em outros estados onde as facções podem ter maior liberdade de movimentação ou onde a estrutura de segurança é menos integrada.
Exemplos de Lideranças Criminosas Capturadas
Para ilustrar a efetividade das forças de segurança capixabas, o secretário Damasceno citou casos recentes de líderes de facções que, ao tentar retornar ao Espírito Santo vindos do Rio de Janeiro, foram prontamente capturados. “Temos exemplos recentes de líderes de facções criminosas do Estado que resolveram voltar, por algum motivo, do Rio de Janeiro, e foram capturados. Marujo, irmãos Vera, Boca de Lata — alguns chefes que estavam há tempos escondidos no estado vizinho e, quando precisaram vir, em poucos dias estavam na cadeia. Nosso governador e vice-governador nos exigiram um monitoramento profundo para identificar se há qualquer possibilidade de vinda de bandidos para cá e, até o momento, não temos esse indicativo. Porém, caso ocorra, estaremos preparados”, afirmou.
Esses exemplos notáveis servem como um claro aviso para qualquer criminoso que cogite utilizar o Espírito Santo como refúgio. A rede de inteligência e a prontidão das polícias capixabas garantem que o retorno ao estado, mesmo que por necessidade, resulte quase sempre na prisão. A mensagem é clara: o Espírito Santo não é um santuário para o crime, mas sim um ambiente onde a lei e a ordem são rigorosamente aplicadas.
Apesar de não haver, até o momento, indicativos de migração de criminosos para o Espírito Santo, a postura do governo e das forças de segurança é de vigilância ininterrupta. O plano de contingência permanece ativo, e a integração entre as agências continuará garantindo que o Estado esteja sempre pronto para proteger seus cidadãos e manter a criminalidade sob controle.
