Mulher com Mais de 30 Registros por Furto é Presa em Santo Antônio de Jesus

Mulher com Mais de 30 Registros por Furto é Presa em Santo Antônio de Jesus

Polícia Civil – Foto: Divulgação

Jovem Com Mais de 30 Furtos é Presa em Ação Coordenada da Polícia Civil

Em um desdobramento significativo na luta contra a criminalidade patrimonial, a Polícia Civil da Bahia anunciou a prisão de uma mulher de 27 anos, cujo histórico criminal impressiona: mais de 30 registros de furtos em seu nome. A ação, que ocorreu na última quinta-feira (23), foi o resultado de um minucioso trabalho de inteligência e colaboração entre diversas unidades policiais, culminando na localização da investigada no interior de uma loja, no centro da cidade de Santo Antônio de Jesus.

A persistência da criminosa, que atuava tanto na capital baiana, Salvador, quanto em municípios da Região Metropolitana (RMC), representava um desafio constante para as forças de segurança. Seus múltiplos registros indicam um padrão de comportamento contumaz e uma aparente indiferença às consequências de seus atos, tornando sua captura uma prioridade para as autoridades. A investigação, que se estendeu por um período considerável, demonstra o empenho da Polícia Civil em desarticular esquemas de furto e responsabilizar indivíduos que repetidamente lesam o patrimônio alheio.

Detalhes da Operação e a Captura em Santo Antônio de Jesus

A prisão não foi um evento isolado, mas o ápice de um complexo trabalho investigativo. Equipes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo (DERRC) e do Grupo de Apoio Técnico e Tático à Investigação (GATTI/Leste) uniram forças para monitorar os passos da suspeita. O uso de tecnologia e o compartilhamento estratégico de informações foram cruciais para rastrear seus movimentos e prever seu paradeiro.

A escolha de Santo Antônio de Jesus como local para a abordagem sugere que a mulher poderia estar estendendo sua área de atuação ou buscando refúgio fora dos grandes centros onde era mais conhecida pelas autoridades. A discrição e a precisão foram elementos chave na operação. Ao ser localizada dentro de um estabelecimento comercial, a suspeita foi surpreendida, não tendo tempo para reagir ou tentar uma fuga.

Durante a abordagem, a cena revelou detalhes adicionais que sublinham a gravidade da situação. A mulher estava utilizando uma tornozeleira eletrônica, um dispositivo de monitoramento judicialmente imposto para restringir a liberdade de indivíduos sob certas condições. No entanto, foi constatado que o aparelho estava desligado, configurando uma clara violação das condições de sua liberdade condicional ou provisória. A posse de um aparelho celular com restrição de furto/roubo, configurando o crime de receptação, adicionou mais uma camada de ilegalidade à sua situação.

A Companhia e as Implicações do Monitoramento Eletrônico Desativado

A complexidade da situação se aprofundou com a presença de uma segunda mulher, que acompanhava a principal investigada. Surpreendentemente, essa segunda mulher também estava monitorada eletronicamente e possuía um extenso histórico, com mais de 20 registros por crimes contra o patrimônio. Assim como a primeira, seu dispositivo de monitoramento também se encontrava desligado no momento da ação policial. Essa coincidência levanta questionamentos sobre uma possível associação criminosa ou um padrão de conduta coordenado entre as duas.

O uso de tornozeleiras eletrônicas é uma medida alternativa à prisão, aplicada para permitir que indivíduos respondam a processos em liberdade ou cumpram parte de suas penas fora do sistema prisional, sob a condição de monitoramento contínuo. A desativação desses equipamentos é uma falha grave do sistema e um indicativo de que os indivíduos estão deliberadamente tentando evadir a fiscalização e possivelmente praticar novos delitos. Para a polícia e a justiça, um monitoramento desligado significa a perda da capacidade de rastrear o infrator, aumentando o risco para a sociedade.

A Relevância do Monitoramento Eletrônico na Justiça Criminal

O monitoramento eletrônico tem se tornado uma ferramenta cada vez mais comum no sistema de justiça criminal brasileiro, visando reduzir a superlotação carcerária e oferecer uma alternativa menos onerosa e, em tese, mais ressocializadora que a prisão em regime fechado. No entanto, casos como este evidenciam as falhas e os desafios intrínsecos a esse sistema. Quando um indivíduo desliga o aparelho, está não apenas violando uma determinação judicial, mas também demonstrando um desprezo pela lei e pelas chances que lhe foram concedidas.

A desativação do dispositivo, além de ser uma transgressão por si só, impede que as autoridades saibam a localização do monitorado, abrindo brechas para a reincidência. Para as equipes de inteligência policial, o monitoramento eletrônico ativo é um aliado valioso. Sua inoperância, contudo, transforma a vigilância em um desafio ainda maior, exigindo o retorno aos métodos tradicionais de investigação e rastreamento.

Resultados da Operação e Próximos Passos

Após a prisão, ambas as mulheres foram prontamente conduzidas à Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus para os procedimentos legais cabíveis. Contra a principal investigada, a mulher de 27 anos com mais de 30 registros, foi cumprido um mandado de prisão preventiva. Este tipo de prisão é decretado quando há indícios fortes de autoria e materialidade de um crime, e se faz necessária para garantir a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal. Adicionalmente, ela foi autuada em flagrante por receptação devido à posse do celular roubado/furtado, o que agrava ainda mais sua situação legal.

A segunda mulher, apesar de seu histórico de mais de 20 registros e o monitor eletrônico desativado, foi ouvida e posteriormente liberada. Sua liberação, contudo, não significa o fim do escrutínio policial; ela permanecerá sob rigoroso monitoramento das autoridades, que certamente avaliarão as implicações de sua presença junto à principal suspeita e a inoperância de seu próprio dispositivo de vigilância. A decisão de liberá-la pode estar relacionada à ausência de um mandado de prisão preventiva em seu nome naquele momento, ou à avaliação de que sua participação nos crimes específicos que motivaram a prisão da primeira mulher não estava imediatamente comprovada para um flagrante.

O Esforço Coordenado das Forças Policiais

A eficácia da operação em Santo Antônio de Jesus é um testemunho da importância da colaboração entre diferentes departamentos da Polícia Civil. O DEIC, por sua natureza, atua em investigações de crimes de alta complexidade, que demandam um trabalho de inteligência sofisticado e coordenação intermunicipal. A DERRC, embora focada na repressão a roubos em transporte coletivo, também contribui com sua expertise em combater a criminalidade patrimonial e a logística de monitoramento de criminosos. O GATTI/Leste, por sua vez, oferece o apoio tático e de inteligência fundamental para a execução de prisões e operações em campo.

A sinergia entre estas unidades permite uma resposta mais ágil e robusta a padrões criminosos que transcendem fronteiras municipais e que são executados por indivíduos com vasto histórico de delitos. A prisão da mulher com mais de 30 registros de furto é um exemplo claro de como a integração e a especialização policial podem resultar na desarticulação de condutas criminosas persistentes, trazendo mais segurança para a população baiana.

Este caso ressalta a importância de um sistema de justiça criminal que não apenas puna, mas também reveja e aprimore suas ferramentas de controle e ressocialização. A reincidência de indivíduos com múltiplos registros, especialmente aqueles que violam condições de monitoramento, continua sendo um desafio central para as autoridades e um foco constante de atuação para a Polícia Civil.