Decisões do Congresso são apontadas pelo Ministro da Previdência como facilitadoras de fraudes bilionárias no INSS

Impacto das Decisões do Congresso nas Fraudes de Descontos Associativos

Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social, destacou que decisões implementadas pelo Congresso Nacional contribuíram significativamente para o aumento de fraudes relacionadas a descontos associativos em aposentadorias e pensões administradas pelo INSS. Segundo o ministro, a extensão do período para revalidação dessas autorizações facilitou a entrada de entidades fraudulentas no sistema.

“O fim da revalidação e expectativa anterior fez com que 11 empresas se credenciassem, empresas novas, associações novas, se credenciassem no INSS. Essas empresas, que agora, descobrimos que eram 100% fraudulentas, a maioria se estabeleceu nesse período”, disse Queiroz nesta quinta-feira (17), durante apresentação na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado.

O ministro detalhou que as alterações começaram após uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2019, durante a administração de Jair Bolsonaro. Tal recomendação determinou a necessidade de uma autorização anual para os descontos. “Cada empresa que tinha seus associados, esses associados precisavam renovar essa autorização anualmente. Isso impediria, naquele momento é o que se buscava, que houvesse os descontos permanentes, ou seja, que alguém autorizasse desconto por um ano e passasse 10 anos sendo descontado. Essa foi a ideia”, lembrou Queiroz.

No entanto, a exigência anual foi modificada por deputados e senadores, permitindo que a autorização para desconto em folha tivesse validade de três anos, com vigência a partir de 2021. A pandemia de Covid-19 levou ao adiamento do início dessa medida.

“Era medida justificada e foi por essa razão que o Conselho de Previdência recomendou em 2021 que fosse feita a delação de prazo para vigência ser a partir de 2022, quando já haveria vacina e outro ambiente que não mais haveria necessidade de isolamento social”, explicou o ministro.

Wolney Queiroz negou qualquer omissão do governo atual em relação às fraudes, afirmando que o Ministério da Previdência tomou conhecimento da real extensão do problema apenas após as investigações da Polícia Federal avançarem.

“Antes disso, o que todos sabíamos é o que tinha na imprensa, eventualmente menções aos descontos, e havia uma investigação por parte da CGU que durou praticamente dois anos”, disse. “Se fosse uma coisa simples de ser detecta, essa ação teria sido deflagrada pela CGU e PF ainda em 2023”, concluiu.

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Fonte: https://gazetabrasil.com.br/politica/2025/05/15/ministro-da-previdencia-aponta-decisoes-do-congresso-como-facilitadoras-de-fraudes-bilionarias-no-inss/