Em meio ao caos da vida cotidiana, a conversa entre pais e filhos pode ser negligenciada. Tarefas de trabalho, escolares e outras atividades que dominam grande parte do tempo de um adulto e até mesmo da criança resultam na negligência de questões simples.
No entanto, muitos desconhecem que essas breves manifestações de interesse e cuidado são cruciais para firmar uma relação sólida e de confiança e até mesmo para orientar a infância dos filhos.
Neste Dia das Crianças, fizemos perguntas a uma psicóloga que deveriam fazer parte da rotina familiar.
O fundamento da comunicação com uma criança
De acordo com a psicóloga e fundadora da Psimama, Fernanda Perim, antes de considerar as perguntas que devem ser feitas, é essencial considerar como os adultos se comunicam com as crianças.
A especialista descreve que, ao falarmos em diálogos eficazes, a maneira como nos comportamos e prestamos atenção ao que é dito é crucial.
“Devemos assegurar à criança que os pais se importam, que têm interesse em sua vida e em como foi o seu dia. Um interesse genuíno e não apenas uma visita de cortesia.”
Fernanda Perim, psicóloga
Da mesma forma, demonstrar esse interesse e fortalecer a ideia de que a criança pode e deve confiar nos pais para se abrir, faz com que elas estejam dispostas a relatar tanto as coisas boas quanto as más.
6 exemplos de perguntas que fortalecem o vínculo
Segundo a psicóloga, após entendermos que a forma de comunicação também é essencial para construir um diálogo com uma criança, é muito mais fácil criar momentos significativos que fortaleçam esse contato. Ela identificou seis perguntas que realmente podem reforçar o vínculo familiar.
- “Qual foi o seu melhor momento na escola hoje?”
- “Quem foi seu melhor amigo com quem brincou?”
- “O que foi um desafio para você hoje?”
- “Em que momento você sentiu mais segurança?”
- “Quando você se sentiu inseguro?”
- “Qual é o tópico do qual você gostaria de falar agora?”
“Essas perguntas nos permitem não só conhecer bem nossos filhos, mas também proporcionar-lhes a confiança de que podem estar à vontade e tranquilos com a abertura que existe entre nós”, explica Fernanda.
Desenvolvimento da autoestima e da confiança emocional
Adicionalmente, essas pequenas perguntas podem também desempenhar um papel fundamental: desenvolver a autoestima e a segurança emocional.
Fernanda destaca que, quando o amor dos pais não depende do comportamento, a criança desenvolve uma opinião positiva sobre si mesma — sente-se “uma pessoa boa, capaz e que vale a pena”.
A importância de começar cedo
Ao se tratar de relacionamento, começar cedo é fundamental para construir uma relação de confiança duradoura. Se o diálogo inicial é marcado por críticas, castigos e ameaças, a criança aprende que se comunicar pode ser perigoso.
Para ter essa comunicação no futuro, é preciso fortalecê-la desde o início.
Fernanda Perim, Psicóloga
