Belém Impulsiona Infraestrutura para COP30 com Aeroporto e Porto Modernizados
Belém, a vibrante capital do Pará, vive um momento de efervescência e transformação. Em um passo decisivo para consolidar sua posição como um hub logístico e porta de entrada para a Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, neste sábado (1º), da entrega de duas obras de infraestrutura de suma importância: a ampliação do Aeroporto Internacional de Belém – Júlio Cezar Ribeiro e a requalificação do Porto de Outeiro. Esses marcos não apenas modernizam a capacidade operacional da região, mas também preparam a cidade para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá de 10 a 21 de novembro.
A agenda presidencial na capital paraense sublinha o compromisso com o desenvolvimento da Amazônia e a infraestrutura necessária para acolher um evento de porte global. As melhorias inauguradas representam um investimento substancial e estratégico, visando otimizar o fluxo de pessoas e mercadorias, elementos cruciais para o crescimento econômico e a visibilidade internacional do estado.
Aeroporto Internacional de Belém: Um Novo Patamar de Conectividade
A ampliação do Aeroporto Internacional de Belém é, sem dúvida, um dos pilares dessa modernização. Com um investimento robusto de aproximadamente R$ 450 milhões, realizado pela concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), o terminal aéreo não só dobrou sua capacidade de atendimento, mas também se reinventou para oferecer uma experiência superior a passageiros e operadoras aéreas. Sua capacidade operacional saltou de impressionantes 7,7 milhões para cerca de 13 milhões de passageiros por ano, um salto que reflete o crescente fluxo de pessoas na região e a expectativa para a COP30.
As intervenções no aeroporto foram abrangentes e estratégicas. A área de embarque foi triplicada, um ajuste fundamental para acomodar o aumento previsto no volume de viajantes, especialmente durante grandes eventos. Além disso, a instalação de novos sistemas de climatização garante conforto em um ambiente tropical como o de Belém, enquanto as obras de modernização do pátio de aeronaves e do balizamento noturno aprimoram a segurança e a eficiência das operações de pouso e decolagem, permitindo um fluxo mais constante e seguro de voos em diferentes condições climáticas e horários.
Tecnologia e Acessibilidade: Detalhes que Fazem a Diferença
A modernização não se limitou apenas à capacidade e à segurança. Foram implantadas tecnologias de ponta em auxílio à navegação aérea, como os sistemas Papi (Precision Approach Path Indicator) e ALS (Approach Lighting System). O Papi, por exemplo, fornece informações visuais cruciais aos pilotos sobre a trajetória de aproximação ideal, aumentando significativamente a segurança no pouso. Já o ALS, um conjunto de luzes de aproximação, é vital para guiar as aeronaves em condições de baixa visibilidade, como nevoeiro ou chuva intensa, melhorando a infraestrutura operacional para pousos e decolagens em diversas condições meteorológicas.
Um aspecto notável do projeto é o foco na inclusão e no bem-estar dos passageiros. Para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições que exigem um ambiente controlado, foi instalada uma sala multissensorial. Este espaço oferece um refúgio calmo e estimulante, com recursos visuais, sonoros e táteis que ajudam a regular as emoções e a reduzir o estresse, tornando a experiência de viagem mais acessível e confortável para todos. Essa iniciativa coloca Belém na vanguarda da acessibilidade em aeroportos brasileiros.
Complementando as melhorias, o terminal recebeu novos espaços comerciais, áreas de convivência mais amplas e mobiliário inspirado na rica cultura amazônica. Essas adições não só aprimoram a estética e a funcionalidade do aeroporto, mas também proporcionam uma amostra da identidade local aos visitantes, transformando o aeroporto em um cartão de visitas para o estado do Pará e a Amazônia.

Porto de Outeiro: Fortalecendo a Logística da Amazônia
Paralelamente à expansão aeroportuária, a requalificação do Porto de Outeiro representa um avanço monumental para a infraestrutura logística do Pará. Outeiro, um distrito estratégico de Belém, agora conta com instalações portuárias significativamente ampliadas e modernizadas, reforçando sua capacidade de movimentar cargas e conectar a Amazônia aos mercados globais. O projeto de requalificação incluiu a construção de 11 novos dolphins, estruturas essenciais para a atracação e amarração de navios de grande porte, aumentando a segurança e a eficiência das operações. Além disso, foram instaladas dez pontes metálicas e o píer foi estendido de 261 metros para impressionantes 716 metros.
Essa expansão física se traduz diretamente em maior capacidade operacional. O porto agora possui capacidade para deslocar 80 mil toneladas, o dobro do que conseguia anteriormente. Este aumento é crucial para atender à crescente demanda de exportação de produtos provenientes da vasta região amazônica e do Centro-Oeste brasileiro, que utilizam os rios amazônicos como rotas de escoamento.
Estratégia para o Desenvolvimento Econômico e Exportação
Considerado um terminal estratégico para a logística da Região Norte, o novo Porto de Outeiro foi projetado para ser multifuncional, movimentando granéis sólidos, líquidos e carga geral. Essa versatilidade é vital para a economia paraense e amazônica. Ele atenderá à crescente demanda de exportação de produtos como minérios (ferro, bauxita, cobre), grãos (especialmente soja e milho produzidos no MATOPIBA e escoados via rios amazônicos), derivados da indústria alimentícia e energética. A capacidade aprimorada significa que o Pará pode fortalecer sua posição como um dos principais portos de saída para produtos brasileiros, impulsionando a balança comercial do estado e do país.
O presidente Lula destacou a importância dessas obras em uma rede social, afirmando que elas “consolidam o distrito de Outeiro como base estratégica da logística da Região Norte e fortalecem a matriz de exportação do estado do Pará”. Essa visão ressalta o papel crucial do porto não apenas para o transporte de mercadorias, mas como um indutor de desenvolvimento regional, atraindo investimentos e gerando empregos.
A modernização do cais abrangeu também a atualização dos berços de atracação, a criação de uma retroárea pavimentada para maior agilidade na movimentação de cargas, pátios de armazenagem mais eficientes e um sistema de acesso rodoviário aprimorado. Todas essas melhorias conjuntas otimizam a cadeia logística, desde a chegada da carga por via terrestre ou fluvial até o embarque nos navios, minimizando gargalos e custos operacionais.
O projeto do Porto de Outeiro é um exemplo de eficiência e colaboração. Concluído em pouco mais de seis meses após o início das obras, foi executado pela Companhia Docas do Pará (CDP) em parceria com a Itaipu Binacional, com um investimento total estimado em R$ 233 milhões. A agilidade na entrega é um testemunho da capacidade de execução e da sinergia entre as entidades envolvidas, resultando em um benefício imediato para a região.
Belém Rumo à COP30: Infraestrutura para um Evento Global
As inaugurações do aeroporto e do porto ganham um significado ainda maior quando contextualizadas com a COP30. Belém será o epicentro das discussões climáticas globais em novembro, e a capacidade de sua infraestrutura será posta à prova. O Aeroporto Internacional, com sua capacidade dobrada e modernização em todos os setores, será a principal porta de entrada para chefes de estado, delegados, especialistas, jornalistas e turistas de todo o mundo. A eficiência nos processos de chegada e partida, o conforto e a segurança oferecidos, serão cruciais para a imagem do Brasil e da cidade como anfitriã.
A requalificação do Porto de Outeiro, por sua vez, embora não diretamente ligada ao transporte de passageiros da COP30, exemplifica o compromisso do Pará com o desenvolvimento sustentável e a infraestrutura robusta necessária para um estado amazônico que busca equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental. Ele simboliza a capacidade de Belém de se projetar no cenário mundial, não apenas como um ponto de encontro para discussões ambientais, mas também como um motor econômico e logístico.
Essas obras são mais do que simples projetos de engenharia; são investimentos no futuro do Pará e da Amazônia. Elas prometem impulsionar o turismo, atrair novos negócios, gerar empregos e, fundamentalmente, melhorar a qualidade de vida dos paraenses. Com o aeroporto e o porto modernizados, Belém está pronta para receber o mundo e fortalecer sua posição como uma das capitais mais estratégicas do Brasil, consolidando seu papel vital na economia nacional e no diálogo global sobre sustentabilidade.